Na atualidade, o termo terrorismo não possui uma conceituação fixa e
definida, sendo em geral utilizado por grupos de poder para justificar
determinadas ações de suas partes de forma propagandística e
condenatória. Contraditoriamente, tais ações - apesar de legitimadas por
forças hegemônicas - assemelham-se tanto na utilização de formas
violentas como na eliminação de alvos específicos á própria ideia de
terrorismo, sendo gerada aí a subversão na percepção de tal conceito. Um
dos principais conflitos da atualidade é também uma demonstração
pontual do acolhimento de certas ações, se vindas de uma nação
politicamente interessante, e a maledicência das mesmas, caso vindas de
outra considerada hostil, sendo esse o conflito entre israelenses e
palestinos.
Criada em 1931 a partir da cisão da Haganá, a Irgun foi uma organização
tida como terrorista conhecida por ter arranjado imigrações clandestinas
de judeus na Palestina, assim como atentados contra civis árabes e
lutas contra a presença britânica na região. Para tal organização a
classificação de terrorista partir das mesmas autoridades britânicas,
elas próprias responsáveis por divulgas a Declaração de Balfour -
concedendo aos judeus direitos políticos como nação - e então
responsáveis pela região da Palestina. A OLP - Organização para a
Libertação da Palestina - é uma organização política e paramilitar
considerada por diversas nações ocidentais como terrorista,
utilizando-se de guerrilha para atacar Israel. Apesar de ambas as
organizações estarem baseadas em princípios históricos e culturais para
praticar seus atos de agressão á humanidade, existem dois fatores que
fazem divergir o entendimento dessas como semelhantes: a grande maioria
da Irgun foi incorporada ao exército regular de Israel e seus antigos
membros integraram grande parte entre os fundadores do partido Herut -
matriz do atual Likud, partido de direita israelense.
Em 1947 foi aprovada a resolução 181 da AGNU - Assembleia Geral das
Nações Unidas - planejando a divisão da Palestina para a criação de um
Estado judaico, Israel. Tal resolução tinha como pretexto solucionar a
problemática dos refugiados da 2ª Guerra Mundial, todavia acabou por
gerar um estado alienígena, fonte de impasses ainda mais gritantes na
região do Oriente Médio. O movimento de expansão de Israel advém quase
como uma consequência óbvia de sua vitória na guerra árabe-israelense em
1949, assim como na Guerra dos Seis Dias em 1967, sem que fosse
colocada em dúvida a verdadeira motivação da mobilização de ambas as
populações contra seus oponentes e suas demais implicações.
Em 21 de Julho de 1977, Menachem Begin, ex-líder da Irgun e mandatário
do atentado á bomba no hotel King David em Jerusalém, tornava-se o sexto
primeiro ministro de Israel. Em 1978 o mesmo receberia o prêmio Nobel
da Paz, quatro anos antes de determinar a invasão israelita ao sul do
Líbano, dando início a participação da última na Guerra Civil Libanesa.
Da parte palestina ocorrem as chamadas Intifadas, a primeira em 1987,
cujo fim se dá apenas em 1993, com a assinatura dos Acordos de Oslo -
proposição da devolução dos territórios ocupados em 1967 e retirada
israelense de boa parte dos centros urbanos palestinos em Gaza e
Cisjordânia - e a segunda em 2000.
O cenário mais recente mostra o pedido de reconhecimento do Estado
palestino independente pela ONU e conflitos internos entre as facções da
Autoridade Nacional Palestina, que desincentivam a retomada de
negociações, principalmente com provável não participação do atual
presidente da entidade - considerado moderado - nas próximas eleições.
Tal quadro sintetiza a última década do conflito, marcado por violências
mútuas e protótipos de acordos entre os governos.
Assim, o conflite entre os Estados Israel e Palestina ocorre com
convencimento da própria população de um da existência de um perigo
iminente que deve ser eliminado - existente, contudo apenas agravado com
tal juízo descomedido - e de outro a pregação de uma autodeterminação
destrutiva. Entretanto, apenas é percebido como perturbador o último
item, não sendo considerado terrorista, mais uma vez, a visão da nação
vencedora.
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